quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Ciclos Eustáticos


Para falarmos de ciclos eustáticos temos de primeiro definir eustasia. O termo eustasia designa os movimentos verticais do nível das águas do mar, que pode provocar alterações no volume de água e também no tamanho de bacias oceânicas. Aos intervalos de tempo em que ocorrem estas variações damos o nome de ciclos eustáticos.
   Estes movimentos do nível do mar podem ser provocados por inúmeros fenómenos: pontos quentes (hotspots), taxa de expansão oceânica, etapas orogénicas, degelo, glaciação, subsidência, entre outros.  
   Podemos dividir os ciclos eustáticos em três tipos diferentes: ciclos de 1ª ordem (ou megaciclos), ciclos de 2ª ordem (ou super ciclos) e finalmente ciclos de 3ª ordem.
   Os vestígios deixados pelas variações do nível do mar em estruturas geológicas (normalmente em ambientes costeiros) são úteis para identificar ciclos eustáticos que ocorreram no passado, daí serem um importante objecto de estudo principalmente para a estratigrafia.  



 Referências:

  • Vera Torres, J. A. (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Eustasia
   

O Jurássico


O Jurássico é o período pertencente ao Mesozóico situado entre o Cretáceo e o Triássico. A era Mesozóica está englobada no éon Fanerozóico. O Jurássico pode ser dividido em três épocas, o Jurássico Inferior, o Jurássico Médio e o Jurássico Superior. Por sua vez, estas épocas podem ainda ser divididas em idades. O Jurássico inferior pode ser dividido nas idades: Hettangiana, Sinemuriana, Pliensbachiana e Toarciana. O Jurássico Médio divide-se nas idades: Aaleniana, Bajociana, Bathoniana e Calloviana. O Jurássico Superior divide-se nas idades: Oxfordiana, Kimmeridgiana e Tithoniana.    
   Um dos acontecimentos mais importantes a que o Jurássico assistiu foi a “ruptura” do supercontinente Pangea. Esta ruptura teve início ainda no Triássico e estendeu-se até ao Jurássico. Este supercontinente dividiu-se em dois, a Gondwana (a sul) e a Laurásia (a norte). Os movimentos tectónicos destes dois continentes deram origem à formação do Golfo do México, a América do norte e do sul, ao continente africano e à abertura que deu origem ao mar vermelho. Nesta altura verificou-se uma subida significativa do nível das águas do mar, o que deu origem à inundação de zonas de baixa cota. Este acontecimento ajudou bastante o desenvolvimento de novas formas de vida.   Uma das principais características deste período geológico é o aparecimento de dinossauros à face da Terra, razão pela qual o Jurássico é conhecido como “Era dos Dinossauros” ou “Era dos Répteis”. Neste período existia já uma grande variedade de espécies de dinossauros, sendo a espécie mais abundante a dos saurópodes (grandes dinossauros herbívoros). Para além dos herbívoros, existiam também dinossauros carnívoros (terópodes), como o famoso tiranosauros, e também alguns mamíferos. Os dinossauros voadores mais comuns tinham o nome de pterossauros que degeneraram de pequenos carnívoros. Os ambientes marinhos também já eram dominados por seres vivos. Os invertebrados, como corais, amonóides e esponjas. Os vertebrados, como os peixes, répteis marinhos (como os crocodilos) e tubarões. Os animais não eram os únicos seres vivos que habitavam o nosso planeta, as plantas preenchiam uma grande parte da paisagem. As espécies mais abundantes de plantas eram as gimnospermas e as cicas, existindo também outras espécies como as coníferas e os ginkgos. O clima era quente e húmido, o que oferecia às plantas condições ideias para o seu desenvolvimento.
O Jurássico é limitado superiormente pelo Cretáceo e inferiormente pelo Triássico. O Jurássico está compreendido num intervalo de tempo entre 199 milhões e 600 mil anos e 145 milhões e 500 mil anos. O Triássico está compreendido num intervalo de tempo entre 251 milhões de anos e 199 milhões e 600 mil anos. Finalmente, o Cretáceo está compreendido num intervalo de tempo entre 145 milhões e 500 mil anos e 65 milhões e 500 mil anos. Neste período da escala do tempo geológico, os ambientes de sedimentação predominantes são o ambiente marinho e o ambiente de transição.
   Os estratótipos são sucessões de camadas geológicas com limites bem definidos, que ser vem de referência a unidades estratigráficas como as épocas e as idades. Em Portugal existe um bom exemplo de um estratótipo do período do Jurássico. Na Figueira da Foz, no Cabo Mondego, podemos observar o estratótipo do Jurássico Médio (limite Aaleniano-Bajociano mais precisamente). Podemos também encontrar boas evidências deste período em locais como África, Tanzânia, Índia, América do Sul, Japão, Reino Unido e Austrália.
   

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A Especiação


   Desde há muito tempo que temos conhecimento da existência de espécies no nosso planeta. Sabemos também que estas espécies se extinguem e novas espécies aparecem. Dá-se o nome de especiação ao fenómeno a partir do qual se formam novas espécies. Este processo pode dar-se de duas maneiras diferentes, pela divisão de uma espécie em duas diferentes (cladogénse) ou pela transformação de uma espécie noutra diferente (anagénese). Os dois principais modos de especiação são a especiação geográfica ou alopátrica e a especiação simpátrica. Existem também a especiação parapátrica e peripátrica.
   A especiação geográfica ocorre quando populações da mesma espécie ficam isoladas por uma barreira física (rios ou montanhas por exemplo). Depois de estarem separadas, adequam-se a condições diferentes. Devido a isto, depois do desaparecimento da barreira que apareceu anteriormente, estas espécies ficam incapacitadas de se cruzarem, o que origina duas espécies diferentes.
   A especiação simpátrica ocorre maioritariamente em insectos. Neste tipo de especiação, ao contrário da especiação geográfica, as populações divergem quando ainda ocupam a mesma região. Na especiação simpátrica, devido à divergência genética das populações, estas transformam-se em espécies diferentes.
   A especiação peripátrica é semelhante à especiação geográfica, mas uma das populações separadas é inferior à outra, pois isola-se do grupo principal.
   A especiação parapátrica acontece devido a alterações na frequência do acasalamento de uma determinada espécie.
   Com o avançar dos anos e os desenvolvimentos tecnológicos, apareceu a especiação artificial. Este tipo de especiação, como que comprova os fenómenos observados na natureza. Uma das experiências levadas a cabo foi a seguinte: inicialmente existia apenas um grupo de uma espécie de insecto; esse grupo era dividido em dois grupos, e cada um desses grupos era alimentado com um tipo diferente de alimento; ao fim de algumas gerações, os insectos não acasalavam com indivíduos do grupo diferente do seu (mesmo sendo essa a única opção).
   O próprio Homem, pode ser resultado do fenómeno da especiação. Um estudo mostrou que o Homem tem bastantes parecenças com os chimpanzés, o que indica que este animal sofreu especiação, tendo depois formando duas espécies diferentes, sendo uma delas o Homem.

Referências: 
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Especia%C3%A7%C3%A3o
  • http://curlygirl.no.sapo.pt/esp.htm
  • https://sites.google.com/site/pensaraevolucao/museu-virtual-da-evolucao/atrio-de-entrada/evolucao/idade-da-terra/os-fosseis/especiacao
  • http://www.infopedia.pt/$especiacao
  

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Fósseis. O que são? Como se formam?



   Os fósseis são restos ou vestígios de antigos seres vivos ou actividades biológicas, que ficaram preservados em rochas, fósseis ou outros materiais. Os fósseis mais abundantes são constituídos por carapaças, dentes, ossos, pois são materiais mais resistentes aos processos de decomposição e erosão. Estes fósseis estão contidos no grupo dos macroinvertebrados (ex: corais, esponjas). Existem também fósseis de organismos invertebrados, como as conchas, que pertencem ao grupo dos moluscos (ex: bivalves, amonóides). O grupo dos equinodermes é composto por organismos marinhos invertebrados contendo um esqueleto calcário (ex: crinóides, equinóides).
   A fossilização é o processo pelo qual se formam os fósseis. Para um determinado material fossilizar, são necessários milhares de anos, pois este é um processo bastante demorado. Para um organismo fossilizar, é necessário que este seja enterrado em sedimentos rapidamente, o que vai impedir a sua decomposição. Podemos identificar três processos de fossilização: a moldagem (o organismo desaparece na totalidade, deixando apenas as suas marcas); a conservação (o organismo conserva-se totalmente ou parcialmente); a mineralização (os materiais originais do organismo são substituídos por outros mais estáveis).
   A ciência que estuda os fósseis e os processos de fossilização tem o nome de paleontologia. Além dos fósseis, estuda também a vida dos seres que existiram na Terra, e o modo como esta se desenvolveu ao longo do tempo.
   Os fósseis são um objecto de estudo bastante importante para a ciência. No ramo da geologia, por exemplo, são uma ferramenta muito útil para datar sequências geológicas.


Referências:

  • http://fossil.uc.pt/
  • http://pt.wikipedia.org/wiki/Fossil

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Magnetostratigrafia

   A Magnetostratigrafia é um dos métodos da Estratigrafia que estuda as propriedades magnéticas das rochas (principalmente ígneas e sedimentares). É um método físico utilizado para datar sequências geológicas, daí a sua importância para o campo da Estratigrafia. Como sabemos, a polaridade do campo magnético terrestre fica “gravada” na rocha no momento em que esta é depositada. Sabemos também que o campo magnético terrestre vai sofrendo pequenas alterações ao longo dos tempos, assim, rochas de idades diferentes têm polaridades diferentes. Por esta razão, a magnetostratigrafia é um dos métodos mais fiáveis relativamente a correlações, pois quando se dá uma inversão do campo magnético terrestre, esta ocorre simultaneamente em todo o planeta. Tendo isto, podemos correlacionar rochas que se formam em ambientes diferentes e em localizações geográficas diferentes.
   A técnica utilizada neste método é a seguinte: no início, as rochas são estudadas no local onde se encontram. Depois de serem recolhidas no campo, as rochas são submetidas a dois processos bastante importantes. Primeiro as amostras são desmagnetizadas, o que permite “apagar” as magnetizações que ocorreram depois da rocha ter sido depositada, o que permite à rocha ficar apenas com a magnetização original. O segundo passo é a medição da orientação original da rocha, aquando da sua deposição. Finalmente, os dados recolhidos das amostras são analisados e tratados estatisticamente, para uma melhor interpretação dos dados.


  Referências:

  * http://en.wikipedia.org/wiki/Magnetostratigraphy
  * http://en.citizendium.org/wiki/Magnetostratigraphy
  * http://www.stratigraphy.org/